Como diria Brett Michaels, "life goes on".

Hoje de manhã teve missa de 7º dia do meu pai. Voltando com uma amiga aqui da agência, ela me disse que minha mãe contou pra ela que, nessas horas, eu era forte como ela, ao contrário da minha irmã. Eu nunca tinha pensado nisso, e achei curioso minha mãe comentar isso com uma pessoa que ela tinha acabado de conhecer.
Pensando bem, eu acho que ela tá certa. Eu sou forte, mas nunca me dei conta disso.

(Mesmo assim, ontem não consegui completar minhas 24 horas sem chorar.)

Aconteceu.

Papai-do-céu levou meu pai no dia 20, terça passada. Não vim trabalhar nem quarta, nem quinta e nem sexta, mas a vida tem que continuar. Nem vou falar muito, porque já consigo ficar um dia inteirinho sem chorar, só que ainda não dá muito pra falar. Mas a força que aparece na gente de repente só pode ser coisa de Deus. Minha mãe está bem, minha irmã também. E a nossa vida também vai ficar.

Bom dia.

The show must go on.

Reaprendi a rezar o terço, aprendi boas orações, conversei com as pessoas certas e recebi o apoio que eu precisava. Estou mais calma e tentando estar preparada pra suportar o que quer que aconteça. Eu confio em Deus e sei que vai acontecer o que for melhor, mesmo que eu ainda não entenda.

Bom dia.

High Fidelity quote

Laura: Listen, Rob, would you have sex with me? Because I want to feel something else than this. It either that, or I go home and put my hand in the fire. Unless you want to stub cigarettes out on my arm.
Rob: No. I only have a few left, I've been saving them for later.
Laura: Right. It'll have to be sex, then.
Rob: Right. Right.

Lembrei dessa cena de High Fidelity. Na verdade eu sempre lembro, essa cena nunca saiu da minha cabeça e sempre morri de medo de passar por ela.
Que ironia.

Oh, Lord! I'm not ready for this sort of thing.

O câncer do meu pai não tem cura. Ontem ele foi a outro médico e o diagnóstico foi o mesmo. Ele tá mal e não tem jeito. Sei que enquanto há vida, há esperança, mas não posso mais continuar a dar uma de Pollyanna e achar que tudo vai dar certo. Pela primeira vez, tenho a nítida sensação de que não vai. Muito provavelmente meu pai vai morrer de câncer e eu não sei o que vai ser de mim, da minha mãe, da minha irmã. É isso. Não esperem muitas notícias minhas, pois não tenho forças pra mais nada. Foi mal aí.

Shut up!

Quando eu digo que eu odeio essa gente daqui que fala comigo só por falar, eu tenho toda a razão. Acabei de ouvir a seguinte frase: "nossa! Voltou toda magrinha!"
Tudo bem que eu engordei 7kg.

Acabou, e não adianta eu tentar me enganar.

A moça do financeiro falou que minhas férias acabavam ontem mesmo, então não adianta chorar. Estou de volta, por mais difícil que isso possa parecer. Olá, mesa bagunçada. Olá, internet louca. Olá, pessoas. Eu voltei.

Oh, shit. Shit. Shit. Shit.

Ainda estou inconformada de ter voltado pra agência um dia antes, vou checar isso direitinho no financeiro e, eu tiver mais um dia mesmo, não venho sexta-feira. ¡Inacreditable!
Bom, agora que já estou aqui, só me resta colocar meus fones e ouvir o CD ao vivo da Chavela Vargas no Carnegie Hall, que eu trouxe de Buenos Aires. Sobre férias e Buenos Aires? Preguiça. Depois eu conto.

Oh, goodness.

Já estava tão acostumada com as férias que achei que esse dia nunca ia chegar. Mas aqui está ele. E, pior, tá todo mundo dizendo que eu só deveria voltar amanhã.
Oh, shit.